terça-feira, 24 de maio de 2011

Roteiro de Visita ao Museu de Folclore com a atividade proposta


Grupo: Allan dos Anjos Barbosa, Bernard dos Santos Souza, Nathália Velloso de Castro Costa, Ramon Infante, Omar Abreu de Carvalho e Tarcisio Portella.
                                   Cultura imaterial e relações de poder.

Ao trabalhar com o Museu do Folclore, o mesmo nos permite refletir sobre uma nova concepção de patrimônio que vem ganhando força e espaço no cenário acadêmico nacional, as manifestações culturais imateriais. Para a historiadora Martha Abreu, “a eleição dos patrimônios de uma nação é uma das operações políticas mais importantes para a consolidação de uma determinada história, memória e cultura comuns”, e seguindo esta perspectiva percebemos que as demandas de setores da sociedade civil e de setores institucionalizados transformam a cultura em um campo de conflitos e resistências.
Ao definirmos o campo cultural não podemos dissociá-lo da dinâmica das negociações políticas, dos conflitos sociais e das relações de poder nas sociedades, e o museu por ser o lugar da memória, também se torna um campo de poder, já que suas peças e setores guardam os discursos e perspectivas que estes querem promover, definindo assim o que deve, ou não, ser valorizado como cultura e história.
Os diversos grupos identitários e representantes de saberes e manifestações culturais, antes marginalizados, agora passam a construir e interagir como agentes sociais, apontando os sentidos e a constante ressignificação dessas manifestações em um determinado tempo e contexto. A identidade é essencialmente um fenômeno intersubjetivo, que implica em contraste e conflito. É sempre em função do outro que demarcarmos nossa diferença, uma essência que nos seria própria, e que por estes diferenciais tais representações consideram-se dignas de serem reconhecidas e resguardadas.
O museu apresenta-se então como local de (re)afirmação desta memória e identidade, além de sua função político-social de reconhecer, resguardar e disseminar a diversidade cultural como patrimônio da nação.

Museu de Folclore Edison Carneiro


O Museu de Folclore Edison Carneiro criado em 1968, soma hoje cerca de 14 mil objetos de vários autores, técnicas e procedências, abrigados em reservas técnicas, disponíveis para consulta de especialistas em nível de pós-graduação com vínculo institucional, mediante agendamento.
O nome Edison Carneiro é em função de um etnólogo, folclorista, historiador, que foi um dos mais destacados pesquisadores da cultura popular, tendo participado de movimentos que visavam ao conhecimento e valorização do folclore nacional.
Nascido em Salvador (BA), e formado em Ciências Jurídicas, viveu no Rio de Janeiro desde 1939, onde trabalhou como jornalista, ensaísta e professor, sempre voltado para as questões que tocavam a brasilidade e o popular.
Dentre as instituições em que atuou, destacam-se, além de várias universidades brasileiras, o Conselho Nacional de Folclore, a Comissão Nacional de Folclore, vinculada à Unesco, e entidades internacionais como as Sociedades de Folclore do México, Argentina e Peru.
Edison Carneiro foi presidente de honra de diversas agremiações carnavalescas, entre elas as escolas de samba Portela, Salgueiro, Mangueira, no Rio de Janeiro, e o Afoxé Filhos de Gandhi, em Salvador.
O Museu de Folclore tem seu nome desde 1976, numa homenagem pela atuação fundamental para a história da instituição. Edison Carneiro foi um dos inspiradores da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (CDFB), criada em 1958. Em sua gestão como diretor-executivo da Campanha, no período 1961-64, foi inaugurada a Biblioteca Amadeu Amaral e iniciada a aquisição de peças para o Museu, cuja criação (1968) era uma de suas aspirações.
A transformação da CDFB em órgão de caráter permanente foi conquista sua, concretizada pela criação do Instituto Nacional de Folclore (1978), atual Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular.
No museu existe uma exposição permanente que conta com 1.400 objetos, representando diferentes modos de vida e formas de expressão de distintos grupos que formam nossa sociedade. Selecionados em seus contextos de origem, no museu esses objetos são porta-vozes de uma entre as muitas histórias possíveis sobre o homem brasileiro, contada em cinco módulos temáticos:
• Vida – Reúne obras de artistas populares que representam o ciclo da vida, suas etapas e os rituais com que o homem, em comunidade, as distingue. Do nascimento até a morte, temas como namoro e casamento, escola e brincadeiras infantis, trabalho e divertimento, preservados pela transmissão oral e atualizados pelas permanentes trocas culturais, são representados pela arte e engenho de mestres de diferentes origens, realidades e domínios técnicos.
• Técnica – Aborda as tecnologias tradicionais com as quais o homem transforma aquilo que encontra na natureza para produzir alimentos, utensílios, instrumentos, vestimentas, objetos de valor funcional, simbólico, artístico. Ambientações reproduzem, por exemplo, uma casa de farinha ou retiro, do Pará; pólos tradicionais de cerâmica da Bahia e de São Paulo; comunidades pesqueiras nordestinas e fluminenses; além de uma feira popular, lugar de trocas e convivência dessas e outras expressões.
• Religião – Uma procissão ecumênica diante da imagem de São Jorge, tendo à frente uma bandeira do Divino, imagens de entidades da umbanda e objetos rituais do candomblé estão entre os exemplos da religiosidade popular brasileira, da pluralidade de expressões que estabelecem laços entre os homens e suas divindades.
• Festa – ambém por meio das danças, dos cantos, da produção de alimentos e vestuário, elementos envolvidos na preparação e realização da festa, o brasileiro fala sobre a sociedade em que vive, seus valores e crenças.
• Arte – Esculturas em barro ou madeira, gravuras e pinturas mostram a produção artística de indivíduos provenientes de extratos populares que, por meio de suas criações altamente individualizadas, expressam sentimentos e experiências coletivas.
Para os que desejam visitar o museu, vale a informação de que o mesmo funciona de terça à sexta-feira das 11 às 18 horas, sábados domingos e feriados de 15 às 18 horas, sendo a entrada franca em todos esses dias. Já o agendamento para visitas em grupo, deve ser feito com o Setor de Difusão Cultural no telefone: (21) 2285-0441, nos ramais 204, 205 e 206.
Além das exposições permanentes, você professor pode contar com o Programa Educativo do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular que oferece serviços e recursos que buscam apoiar educadores na criação de alternativas para o estudo de folclore e cultura popular, apontando questões, propondo temas ou revelando novas abordagens de assuntos já estudados em sala de aula.
 O Centro também procura contribuir para a renovação da pesquisa escolar, apostando na substituição da cópia e colagem pela busca curiosa de informações, o confronto de idéias e o exercício da interpretação. Nesse aspecto podemos citar o texto de Maria Esther Alvarez Valente, “Educação e Museus: a dimensão educativa do museu”, onde a autora afirma que o espaço do museu é onde “se promove um esforço de recontextualização da cultura, favorecendo a socialização dos saberes acumulados, reelaborados e transformados”, sendo o aspecto educativo inerente a essa instituição e reafirmando sua importância nesse contexto. Ainda no mesmo texto a autora aborda o museu como “espaço de abertura de novos horizontes culturais para indivíduos”, devendo ser “provocador de novas perguntas e de curiosidades”, portanto, acreditamos que a proposta educacional do Centro se encaixa bem na valorização do aspecto não formal de educação levantado pela autora.
O museu trabalha também com visitas preparatórias, onde as mesmas são oferecidas uma a cada mês, consistindo em encontros que duram, em média, de 3 a 4 horas. Neles professores de diferentes realidades se encontram com a equipe de técnicos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular para a troca de vivências.
O encontro se inicia com um panorama geral sobre o Centro, permeada de visita aos espaços do Museu e por fim uma conversa sobre desejos e expectativas do professor no trabalho que está realizando com sua turma e como a visita pode ser parte ativa desse processo.
 A partir desse encontro prévio, e com o apoio de material que é oferecido ao fim da visita, o professor pode livremente estabelecer a melhor maneira de explorar a exposição, trabalhando os temas que elegeu, antes, durante e depois da visita.


Atividade

A você professor, após a visita ao Museu de Folclore Edison Carneiro sugerimos que faça uma reflexão acerca da visita. Imaginando que se estivesse ali com seus alunos visitando o mesmo, após já ter realizado uma visita preparatória, como faria a ligação entre o conteúdo que está sendo ensinado por você em sala de aula com a visita ao museu. Nossa sugestão é que você elabore uma atividade a ser feita com seus alunos em sala de aula, como desdobramento da visita ao museu.
OBS: Deve ser indicada a média de idade dos alunos e a série dos mesmos.

3 comentários:

  1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
    FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
    DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
    DISCIPLINA: Estágio Supervisionado IV
    PROFESSORA: Larissa
    ALUNA: Danielle Conceição

    ________________________________________
    Esta atividade foi elaborada para alunos do terceiro ano do ensino médio a partir de uma visita ao Museu do Folclore Edson Carneiro. Para a realização da atividade os alunos farão a visita munidos de uma leitura previa de alguns textos e alguns debates realizados em sala de aula.
    DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:
    Os alunos irão após as leituras do texto “Entendendo o Folclore” de Maria Laura Cavalcanti e das informações recolhida pelos mesmos sobre o museu, o acervo e folclore elaborar uma apresentação da exposição e do acervo para os colegas de classe. Além da produção de uma apresentação do Museu e seu acervo o aluno deverá, no final da visita, apresentar experiências pessoais relativas ao campo familiar, social e cultural relativas ao folclore.
    DA ATIVIDADE:
    Após a leitura do material apresentado por mim em sala de aula, das informações recolhida por vocês sobre o museu seu acervo, folclore e cultura popular, e dos debates, vocês deverão organizar-se seis grupos de cinco. O grupo deverá elaborar uma apresentação de um dos seguintes itens, o museu, vida, técnica, religião, festas e artes. Que será apresentado aos seus colegas no dia da visita ao Museu de Folclore Edson Carneiro. Após a apresentação será feito uma discussão onde cada um contará quais as suas experiências/relações com o folclore.
    BIBLIOGRAFIA
    CAVALCANTI, Maria Laura. “Entendendo o Folclore” In: SILVA, René Marc da Costa (org.). Cultura Popular e Educação: salto para o futuro. Brasília: Salto para o Futuro/TV Escola/Seed/MEC, 2008. (p. 21-24).

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  2. Dani, uma distinção que nós fizemos o tempo todo foi das terminologias folclore e cultura popular, infelizmente vc não a incorporou na sua proposta. Também seria preciso conectar a atividade a algum conteúdo obrigatório do 3º ano. A ideia dos alunos darem seus depoimentos pessoais sobre a visita, relacionando com seu dia a dia é muito legal.

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  3. Cara professora, gostaria de saber se posso refazer a atividade ou fazer outra. Também gostaria de saber o que posso fazer pois faltei a minha apresentação do texto, já que por motivos de doença grave do meu pai tive que me ausentar de alumas aulas.

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