Grupo: Allan dos Anjos Barbosa,
Bernard dos Santos Souza, Nathália Velloso de Castro Costa, Ramon Infante, Omar
Abreu de Carvalho e Tarcisio Portella.
Cultura imaterial e relações de poder.
Ao trabalhar com o Museu do
Folclore, o mesmo nos permite refletir sobre uma nova concepção de patrimônio
que vem ganhando força e espaço no cenário acadêmico nacional, as manifestações
culturais imateriais. Para a historiadora Martha Abreu, “a eleição dos
patrimônios de uma nação é uma das operações políticas mais importantes para a
consolidação de uma determinada história, memória e cultura comuns”, e seguindo
esta perspectiva percebemos que as demandas de setores da sociedade civil e de
setores institucionalizados transformam a cultura em um campo de conflitos e resistências.
Ao definirmos o campo cultural não
podemos dissociá-lo da dinâmica das negociações políticas, dos conflitos
sociais e das relações de poder nas sociedades, e o museu por ser o lugar da
memória, também se torna um campo de poder, já que suas peças e setores guardam
os discursos e perspectivas que estes querem promover, definindo assim o que
deve, ou não, ser valorizado como cultura e história.
Os diversos grupos identitários e
representantes de saberes e manifestações culturais, antes marginalizados,
agora passam a construir e interagir como agentes sociais, apontando os
sentidos e a constante ressignificação dessas manifestações em um determinado
tempo e contexto. A identidade é essencialmente um fenômeno intersubjetivo, que
implica em contraste e conflito. É sempre em função do outro que demarcarmos
nossa diferença, uma essência que nos seria própria, e que por estes
diferenciais tais representações consideram-se dignas de serem reconhecidas e
resguardadas.
O museu apresenta-se então como
local de (re)afirmação desta memória e identidade, além de sua função
político-social de reconhecer, resguardar e disseminar a diversidade cultural
como patrimônio da nação.
Museu de Folclore Edison Carneiro
O Museu de Folclore Edison
Carneiro criado em 1968, soma hoje cerca de 14 mil objetos de vários autores,
técnicas e procedências, abrigados em reservas técnicas, disponíveis para
consulta de especialistas em nível de pós-graduação com vínculo institucional,
mediante agendamento.
O nome Edison Carneiro é em
função de um etnólogo, folclorista, historiador, que foi um dos mais destacados
pesquisadores da cultura popular, tendo participado de movimentos que visavam
ao conhecimento e valorização do folclore nacional.
Nascido em Salvador (BA), e
formado em Ciências Jurídicas, viveu no Rio de Janeiro desde 1939, onde
trabalhou como jornalista, ensaísta e professor, sempre voltado para as
questões que tocavam a brasilidade e o popular.
Dentre as instituições em que
atuou, destacam-se, além de várias universidades brasileiras, o Conselho
Nacional de Folclore, a Comissão Nacional de Folclore, vinculada à Unesco, e
entidades internacionais como as Sociedades de Folclore do México, Argentina e
Peru.
Edison Carneiro foi presidente
de honra de diversas agremiações carnavalescas, entre elas as escolas de samba
Portela, Salgueiro, Mangueira, no Rio de Janeiro, e o Afoxé Filhos de Gandhi,
em Salvador.
O Museu de Folclore tem seu
nome desde 1976, numa homenagem pela atuação fundamental para a história da
instituição. Edison Carneiro foi um dos inspiradores da Campanha de Defesa do
Folclore Brasileiro (CDFB), criada em 1958. Em sua gestão como
diretor-executivo da Campanha, no período 1961-64, foi inaugurada a Biblioteca
Amadeu Amaral e iniciada a aquisição de peças para o Museu, cuja criação (1968)
era uma de suas aspirações.
A transformação da CDFB em
órgão de caráter permanente foi conquista sua, concretizada pela criação do
Instituto Nacional de Folclore (1978), atual Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular.
No museu existe uma exposição
permanente que conta com 1.400 objetos, representando diferentes modos de vida
e formas de expressão de distintos grupos que formam nossa sociedade.
Selecionados em seus contextos de origem, no museu esses objetos são
porta-vozes de uma entre as muitas histórias possíveis sobre o homem
brasileiro, contada em cinco módulos temáticos:
• Vida – Reúne obras de artistas populares que
representam o ciclo da vida, suas etapas e os rituais com que o homem, em
comunidade, as distingue. Do nascimento até a morte, temas como namoro e
casamento, escola e brincadeiras infantis, trabalho e divertimento, preservados
pela transmissão oral e atualizados pelas permanentes trocas culturais, são
representados pela arte e engenho de mestres de diferentes origens, realidades
e domínios técnicos.
• Técnica – Aborda as tecnologias tradicionais
com as quais o homem transforma aquilo que encontra na natureza para produzir
alimentos, utensílios, instrumentos, vestimentas, objetos de valor funcional,
simbólico, artístico. Ambientações reproduzem, por exemplo, uma casa de farinha
ou retiro, do Pará; pólos tradicionais de cerâmica da Bahia e de São Paulo;
comunidades pesqueiras nordestinas e fluminenses; além de uma feira popular,
lugar de trocas e convivência dessas e outras expressões.
• Religião – Uma procissão ecumênica diante da imagem
de São Jorge, tendo à frente uma bandeira do Divino, imagens de entidades da
umbanda e objetos rituais do candomblé estão entre os exemplos da religiosidade
popular brasileira, da pluralidade de expressões que estabelecem laços entre os
homens e suas divindades.
• Festa – ambém por meio das danças, dos cantos, da
produção de alimentos e vestuário, elementos envolvidos na preparação e
realização da festa, o brasileiro fala sobre a sociedade em que vive, seus
valores e crenças.
• Arte – Esculturas em barro ou madeira, gravuras
e pinturas mostram a produção artística de indivíduos provenientes de extratos
populares que, por meio de suas criações altamente individualizadas, expressam
sentimentos e experiências coletivas.
Para os que desejam visitar o museu,
vale a informação de que o mesmo funciona de terça à sexta-feira das 11 às 18
horas, sábados domingos e feriados de 15 às 18 horas, sendo a entrada franca em
todos esses dias. Já o agendamento para visitas em grupo, deve ser feito com o
Setor de Difusão Cultural no telefone: (21) 2285-0441, nos ramais 204, 205 e
206.
Além das exposições permanentes,
você professor pode contar com o Programa Educativo do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular que oferece
serviços e recursos que buscam apoiar educadores na criação de alternativas
para o estudo de folclore e cultura popular, apontando questões, propondo temas
ou revelando novas abordagens de assuntos já estudados em sala de aula.
O Centro também procura
contribuir para a renovação da pesquisa escolar, apostando na substituição da
cópia e colagem pela busca curiosa de informações, o confronto de idéias e o
exercício da interpretação. Nesse aspecto podemos citar o texto de Maria Esther
Alvarez Valente, “Educação e Museus: a dimensão educativa do museu”, onde a
autora afirma que o espaço do museu é onde “se promove um esforço de
recontextualização da cultura, favorecendo a socialização dos saberes
acumulados, reelaborados e transformados”, sendo o aspecto educativo inerente a
essa instituição e reafirmando sua importância nesse contexto. Ainda no mesmo
texto a autora aborda o museu como “espaço de abertura de novos horizontes
culturais para indivíduos”, devendo ser “provocador de novas perguntas e de
curiosidades”, portanto, acreditamos que a proposta educacional do Centro se
encaixa bem na valorização do aspecto não formal de educação levantado pela
autora.
O museu trabalha também com
visitas preparatórias, onde as mesmas são oferecidas uma a cada mês,
consistindo em encontros que duram, em média, de 3 a 4 horas. Neles professores
de diferentes realidades se encontram com a equipe de técnicos do Centro
Nacional de Folclore e Cultura Popular para a troca de vivências.
O encontro se inicia com um
panorama geral sobre o Centro, permeada de visita aos espaços do Museu e por
fim uma conversa sobre desejos e expectativas do professor no trabalho que está
realizando com sua turma e como a visita pode ser parte ativa desse processo.
A partir desse encontro
prévio, e com o apoio de material que é oferecido ao fim da visita, o professor
pode livremente estabelecer a melhor maneira de explorar a exposição,
trabalhando os temas que elegeu, antes, durante e depois da visita.
Atividade
A você professor, após a visita ao
Museu de Folclore Edison Carneiro sugerimos que faça uma reflexão acerca da
visita. Imaginando que se estivesse ali com seus alunos visitando o mesmo, após
já ter realizado uma visita preparatória, como faria a ligação entre o conteúdo
que está sendo ensinado por você em sala de aula com a visita ao museu. Nossa
sugestão é que você elabore uma atividade a ser feita com seus alunos em sala
de aula, como desdobramento da visita ao museu.
OBS:
Deve ser indicada a média de idade dos alunos e a série dos mesmos.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ResponderExcluirFACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DISCIPLINA: Estágio Supervisionado IV
PROFESSORA: Larissa
ALUNA: Danielle Conceição
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Esta atividade foi elaborada para alunos do terceiro ano do ensino médio a partir de uma visita ao Museu do Folclore Edson Carneiro. Para a realização da atividade os alunos farão a visita munidos de uma leitura previa de alguns textos e alguns debates realizados em sala de aula.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:
Os alunos irão após as leituras do texto “Entendendo o Folclore” de Maria Laura Cavalcanti e das informações recolhida pelos mesmos sobre o museu, o acervo e folclore elaborar uma apresentação da exposição e do acervo para os colegas de classe. Além da produção de uma apresentação do Museu e seu acervo o aluno deverá, no final da visita, apresentar experiências pessoais relativas ao campo familiar, social e cultural relativas ao folclore.
DA ATIVIDADE:
Após a leitura do material apresentado por mim em sala de aula, das informações recolhida por vocês sobre o museu seu acervo, folclore e cultura popular, e dos debates, vocês deverão organizar-se seis grupos de cinco. O grupo deverá elaborar uma apresentação de um dos seguintes itens, o museu, vida, técnica, religião, festas e artes. Que será apresentado aos seus colegas no dia da visita ao Museu de Folclore Edson Carneiro. Após a apresentação será feito uma discussão onde cada um contará quais as suas experiências/relações com o folclore.
BIBLIOGRAFIA
CAVALCANTI, Maria Laura. “Entendendo o Folclore” In: SILVA, René Marc da Costa (org.). Cultura Popular e Educação: salto para o futuro. Brasília: Salto para o Futuro/TV Escola/Seed/MEC, 2008. (p. 21-24).
Dani, uma distinção que nós fizemos o tempo todo foi das terminologias folclore e cultura popular, infelizmente vc não a incorporou na sua proposta. Também seria preciso conectar a atividade a algum conteúdo obrigatório do 3º ano. A ideia dos alunos darem seus depoimentos pessoais sobre a visita, relacionando com seu dia a dia é muito legal.
ResponderExcluirCara professora, gostaria de saber se posso refazer a atividade ou fazer outra. Também gostaria de saber o que posso fazer pois faltei a minha apresentação do texto, já que por motivos de doença grave do meu pai tive que me ausentar de alumas aulas.
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