domingo, 3 de abril de 2011

Roteiro / Plano de Aula Museu Histórico Nacional

Elaborado por:
Danielle Conceição, Davi Moreno, Jorge Santana, Lanna Santos, Monique Ribeiro

* Conteúdo
Localizado na Praça Marechal Âncora, centro histórico da cidade do Rio de Janeiro (RJ), o Museu Histórico Nacional possui um vasto acervo constituído por mais de 287 mil peças que estão sob a guarda do Ministério da Cultura, tais como documentos, imagens, moedas, selosmóveis, armas, esculturas, pratarias etc., utilizados no estudo, preservação e divulgação da História do Brasil.

História

Primitivamente o local onde se encontra era uma ponta de terra que avançava sobre as águas da baía de Guanabara, entre as praias de Piaçaba e de Santa Luzia. Nessa ponta, os portugueses ergueram, em 1603, o Forte de São Tiago da Misericórdia, ao qual se acrescentou a Prisão do Calabouço (1693) - destinada a escravos faltosos -, a Casa do Trem (1762) - depósito do "trem de artilharia" (armas e munições) -, o Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (1764) e o Quartel (1835).
De estratégica localização para a defesa da cidade, então capital, a ponta e as instalações nela mantidas foram área militar até 1908, quando o Arsenal de Guerra foi transferido para a ponta do Caju.
Aterrada na década de 1920, a ponta do Calabouço foi reurbanizada para acolher a "Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil". Para integrar o evento, as edificações do antigo Arsenal de Guerra foram ampliadas e embelezadas, com decoração característica da arquitetura neo-colonial.
Com suas portas abertas ao público em 12 de outubro de 1922, compreendia o "Palácio das Grandes Indústrias", um dos pavilhões mais visitados da exposição, e duas galerias do Museu Histórico Nacional, criado em agosto daquele ano pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa(1919-1922), visando dotar o país de um museu voltado para a História do Brasil.
Nos dias de hoje o Museu ocupa todo o conjunto arquitetônico da antiga ponta do Calabouço, constituindo-se no mais importante museu histórico do país e em expressivo centro gerador de conhecimento. Abrigou o primeiro curso de Museologia do país, mantendo-se até aos nossos dias como referência para a constituição de importantes museus brasileiros.

Características

O complexo distribui-se em uma área de 20.000 m². Do primitivo Forte de São Tiago e da Prisão do Calabouço, restam apenas as fundações. Subsistem até aos nossos dias o edifício da Casa do Trem (totalmente recuperado na década de 1990), o do Arsenal de Guerra (onde se destaca o imponente Pátio da Minerva), e o Pavilhão da Exposição de 1922, atualmente ocupado pela Biblioteca.
Na Casa do Trem foi esquartejado o corpo de Tiradentes, após sua execução no Campo de Lampadosa (atual Praça Tiradentes), no final do século XVIII.

Acervo

Atualmente o acervo aberto à visitação se divide em várias exposições, permanentes e temporárias. Entre as exposições permanentes estão:
  • A exposição Portugueses no Mundo, que mostra o processo de colonização e seus desdobramentos econômico-culturais, composta de peças ligadas à navegação, às monoculturas de cana-de-açúcar e café, à mineração, à chegada da corte portuguesa no Brasil e à imigração do século XIX;
  • A exposição Do Móvel ao Automóvel: transitando pela História, que mostra 29 peças como cadeirinhas, carruagens, berlindas e os primeiros automóveis a circular no Rio de Janeiro. Uma das raridades dessa exposição é o carro Protos, pertencente ao Barão do Rio Branco e um dos dois únicos existentes no mundo.
  • Exposição as moedas contam a história traz para os visitantes uma nova ótica de que a história necessariamente não precisa ser contada apenas pelos livros, mas sim também pelas moedas. O acervo possui moedas desde a Roma antiga até o Brasil império.
  • Exposição Coleção de Moedas- outra história. Localizada no segundo andar da Casa do Trem contém moedas, cédulas, selos e condecorações além de outras peças como mobiliário, por exemplo, que contam a história do Brasil e de Portugal.
  • Exposição Oreretama. Com o significado de nossa terra, nossa morada, tem a proposta de nos mostrar por meio principalmente da arqueologia os vestígios dos indígenas do Brasil. Contribuindo assim para o estudo do processo de formação da identidade cultural e da nossa própria nacionalidade
  • Exposição Farmácia Teixeira Neves. Fundada em 1847, na Rua Gonçalves Dias, por A. J. de Magalhães e passada para o português José Teixeira Neves em 1887, a farmácia homeopática é um retrato vivo da história da cidade do Rio de Janeiro. A família manteve intacto seus móveis e utensílios até 1983, ano em que foram obrigados a se desfazerem do imóvel.
  • Exposição Hall dos Arcazes. Estas pinturas, ao lado do acervo já existente no Museu contribuem significativamente para uma melhor compreensão da arte sacra na América Latina, as pinturas cuzquenhas somam-se à arte religiosa brasileira, oferecendo um olhar que encontra na diferença artística a semelhança da religiosidade colonizadora.
  • Exposição A Construção da Nação. Tem por objetivo apresentar ao expectador os processos, com base nos direitos individuais, políticos e sociais, da construção da cidadania, diante da nova fase iniciada a partir da Proclamação da República no Brasil.
  • Exposição A cidadania em construçã. Revela os elementos para a edificação da nação brasileira a partir do advento da independência, com a exposição de objetos que fizeram parte da construção dessa nação.


Além das exposições permanentes e itinerantes o Museu Histórico Nacional conta com uma biblioteca, com mais de 57.000 títulos relativos a históriaheráldica (arte de formar e descrever o brasão de armas), filatelia (arte e a ciência de colecionar selos postais), numismática (estudo das moedas e das medalhas), museologia, moda e genealogia. Nela se encontram obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII e edições esgotadas, originais e obras ricamente encadernadas.
Reunidos no Acervo Histórico estão documentos manuscritos e iconográficos, como fotografias e gravuras, referentes à nossa história e divididos em coleções. São 50.000 documentos, disponíveis para pesquisa através de agendamento. Entre as coleções, estão as dedicadas ao fotógrafo Juan Gutierrez, que documentou a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, as de Augusto Malta e Marc Ferrez, a dedicada a Carlos Gomes, composta de partituras, missivas, libretos e fotografias, e a Coleção Família Imperial, com gravurasdocumentos e outros objetos referentes a D. Pedro ID. Pedro II e familiares.
Apresenta-se ainda o Centro de Referência Luso-Brasileiro, vinculado ao Arquivo Histórico e criado em 1998 como parte das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao país e voltado à documentação e divulgação das histórias de Portugal e do Brasil.


* Objetivo
Levar aos alunos/visitantes a percepção de que patrimônio e museu desempenham um papel importante no que diz respeito à criação de consciências individuais ou coletivas, na construção e representação de identidades locais, regionais ou nacionais, em virtude do seu posicionamento enquanto instrumentos pedagógicos e ideológicos. Simultaneamente agentes e produtos da mudança política, social e cultural, os museus e sítios patrimoniais tem sido crescentemente problematizados como terrenos contestados, onde se debatem questões relacionadas com o que se entende por cultura, com a propriedade cultural, com as modalidades de representação ou, ainda, com as questões de poder associadas a essas representações.
A sobrevivência das instituições museológicas e patrimoniais exige assim, que quer a sua identidade, quer a sua missão, objetivos e projetos sejam repensados e articulados de forma a ir ao encontro das necessidades de um conjunto de destinatários cada vez mais heterogêneo, tornando-se mais aberto a diferentes narrativas e às circunstâncias locais,
os museus são produtos do seu contexto social e é próprio que assim sejam. No entanto, é perigoso assumir que existe um lugar destinado aos museus na sociedade do futuro. Se aceitamos que o seu propósito é o de servir a sociedade, então é vital que os museus respondam às questões que vão sendo colocadas pelo seu ambiente social de modo a manter a sua relevância no contexto de necessidades e objetivos sociais em mudança”.
(Macdonald, 2002 .p. 158, apud Marta Anico, 2005, s/p),
Os debates em torno da redefinição dos conceitos de museu e de patrimônio, a reorientação da sua missão e finalidades, a renegociação das suas relações com os públicos e utilizadores, bem como uma reflexão mais profunda sobre o seu papel numa sociedade pós-industrial e pós-colonial, simultaneamente global e local, constituem apenas algumas das questões suscitadas pelos museus e pelo patrimônio na contemporaneidade. Espelhos e laboratórios do seu contexto social, os museus e locais patrimoniais devem estar atentos às principais características da sociedade do século XXI: uma sociedade plural, fragmentada, consequência de um conjunto de fatores que englobam os processos de descolonização, a criação de blocos supranacionais, o crescimento do turismo e o desenvolvimento de um sistema econômico à escala global, entre outros, um contexto que proporciona uma multiplicidade de possibilidades para a sua adaptação, transformação e reimaginação. A cada constrangimento corresponde também um desafio, um desafio que obriga profissionais e acadêmicos a questionar as práticas existentes, a repensar as interpretações das coleções, a rever a organização e funcionamento das instituições e, em última análise, a refletir sobre a missão das instituições culturais, num processo nem sempre pacífico, que gera tensões entre as referências tradicionais e as mudanças e adaptações que lhe são exigidas.




* Atividade
A turma será dividida em 10 grupos de 3 alunos e um grupo de 5. A atividade será confeccionar uma revista que se dedica a expor centros de memória e patrimônio para passear com a família no Rio de Janeiro. Cada grupo irá confeccionar um artigo desta revista. Sendo cada grupo de 3 alunos responsável por uma exposição permanente, e o grupo de 5 alunos responderá pela história do museu propriamente dito. Para tal podem contar com câmeras fotográficas ou desenhos realizados pelo próprio grupo para ilustrar o artigo e devem contar com as anotações realizadas durante a visita guiada. O professor irá confeccionar a revista na companhia dos alunos e utilizará mapas e a Internet para formular com os alunos um mapa para ensinar futuros visitantes a chegar ao local, incluindo transporte e tempo estimado para a chegada ao local.
* Recursos
Câmeras fotográficas ou de celulares;
Papel
Caneta
Lápis de colorir
Mapas
Internet






* Bibliografia
ANICO, Marta. A pós-modernização da cultura: património e museus na contemporaneidade. Horizonte antropológico. vol.11 no.23 Porto Alegre Jan./June 2005.

Um comentário:

  1. Pessoal!

    No trabalho original havia a informação que esta atividade se dirigiria a uma turma do 7º ano de 35 alunos. Esta informação estava no início do trabalho e não consta aqui.

    beijos!!!

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